(03-02-10)
- Paris/França – Que melhor moldura do que a esplêndida capital francesa para o primeiro teste urbano do Citroen DS3? O novo compacto de prestígio internacional é o produto mais interessante de 2010, por vários motivos. Do ponto de vista estético, é o primeiro degrau do novo projeto DS. A filosofia subjacente a esta nova família de carros, segundo a Citroën, pode ser sintetizada no slogan "anti-retrô". Enquanto os concorrentes Mini, da BMW, e o 500, da Fiat, se resumem a modelos históricos do passado revistos sob uma interpretação moderna, a montadora francesa vai além.

Ou seja, procura recuperar o espírito inovador da DS, série de modelos surpreendente para a época – foi lançada em 1955. O DS3 chega com cinco opções de motorização e três versões de acabamento. Seu preço parte dos 14.470 euros – equivalentes a R$ 37.500 – para uma versão básica particularmente bem fornida.

O visual do DS3 conquista ao primeiro olhar, graças a um esperto mix entre elegância e dinamismo. Ele lembra uma luxuosa lancha "offshore", graças às formas suaves embora não desprovidas de tensão e energia. Chegando mais perto, tem-se uma sensação de opulência: analisando a carroceria e o conjunto ótico munido de leds, esta impressão é reforçada. Visto de lado, sua área central torna-se pouco acentuada graças à pintura bicolor.

A meta do DS3 é o segmento premium e a Citroën tem experiência para isso e alcança seu objetivo. As partes em metal escovado fazem boa figura, e não parecem falsas ou improvisadas. Os botões do console estão harmoniosamente dispostos, com fácil acesso, enquanto a grande tela do Media Center é bem visível, sem quaisquer problemas, mesmo em um dia ensolarado. O DS3 arranca um sorriso de admiração, há uma sensação de bem-estar diante de um fora de série em escala urbana, o que não é tão distante da realidade, porque, graças às inúmeras possibilidades de personalização, é quase impossível que um Citroen DS3 seja idêntico ao outro.

Primeiras impressões

O modelo testado foi a versão mais potente do DS3, o 1.6 THP Sport Chic, com 155 cv. O motor turbo 1.6 de injeção direta fornece uma sensação sempre brilhante. Suas retomadas são satisfatórias, enquanto o câmbio de seis marchas é eficiente e e caracterizado por trocas de relação muito contrastantes. Como nos carros esportivos, há uma percepção clara do momento da troca de marcha, característica que auxilia o piloto a entrar em simbiose com a máquina. A direção é leve o suficiente para manobras rápidas e estáveis. O trajeto começou no Arco do Triunfo e, em seguida, fora de Paris, para alcançar as auto-estradas, o que permitiu testar o potencial do DS3 em diversos cenários possíveis.

A versatilidade do DS3 aparece imediatamente. Dentro do carro, o perfume do couro invade as narinas, enquanto os dedos escorregam sobre o elaborado acabamento dos materiais plásticos do console central. O banco do condutor é confortável e envolve o piloto, enquanto as portas pesadas e sólidas isolam muito bem o receptáculo de qualquer ruído exterior. O DS3 tem uma esportividade comparável à dos rivais Alfa Mito e Mini. Rápido para mudar de direção no trânsito, o novo "darling" da França é estável e muito seguro nas estradas, mesmo em curvas fechadas.

A suspensão transmite as imperfeições da estrada, característica esportiva exigida pelos motoristas. Embora menos macio que o C3, o DS3 não chega ser desconfortável. O sistema de controle de estabilidade garante a segurança e não termina sendo invasivo: graças ao bom resultado do novo projeto dos chassis, é difícil o ESP entrar na ação, supondo que não se vai exagerar com o acelerador. Sob o pé direito, comunicam-se 155 cavalos e um torque robusto, capazes de garantir para um carro compacto o desempenho de um GT de pequeno porte.