O DIÁLOGO COM UM PACIENTE COM PATOLOGIA DA BOCA, OLHOS, OUVIDOS, NARIZ E GARGANTA É SEMPRE UM DESAFIO PARA O CLÍNICO


A minha expectoração é limpa, assim branquinha, parece, com sua licença, espermatozóides.

Quando me assoo dou um traque pelo ouvido, e enquanto não puxar pelo corpo, suar, ou o caralho, o nariz não se destapa.

Não sei se isto que tenho no ouvido é cera ou caruncho.

Isto deu-me de ter metido a cabeça no frigorífico. Um mês depois fui ao Hospital e disseram-me que tinha bolhas de ar no ouvido.

Ouço mal, vejo mal, tenho a mente descaída.

Fui ao Ftalmologista, meteu-me uns parafusinhos nos olhos a ver se as lágrimas saíam.

Tenho a língua cheia de Áfricas.

Gostava que as papilas gustativas se manifestassem a meu favor.

O dente arrecolhia pus, e na altura em que arrecolhia às imidulas, infeccionava-as

A garganta traqueia-me, dá-me aqueles estalinhos e depois fica melhor.


AS PERTURBAÇÕES DA FALA IMPACIENTAM O DOENTE


Na voz sinto aquilo tudo embuzinado.

Não tenho dores, a voz é que está muito fosforenta.

Tenho humidade gordurosa nas cordas vocais.

O meu pai morreu de tísica na laringe.


OS PROBLEMAS DA CABEÇA SÃO MUITO FREQUENTES


Há dias fiz um exame ao capacete no Hospital de S. João.

Andei num Neurologista que disse que parti o penedo, o rochedo ou lá o que é....

Fui a um desses médicos que não consultam a gente, só falam pra nós.

Vem-me muitos palpites ruins, assim de baixo para cima....

A minha cabecinha começa assim a ferver e fico com ela húmida, assim aos tombos, a trabalhar.

Ou caiu da burra ou foi um ataque cardeal.